Felicidade. Uma Sucinta Análise! - Tadany

Desde a infância até o último suspiro, qualquer ser humano possui várias metas que ele almeja atingir. A diversidade, o grau e a intensidade de cada busca variam de pessoa para pessoa e, frequentemente, tem uma vasta influência do modus vivendis da sociedade, ou comunidade, onde o indivíduo está inserido.

Ademais, tais metas podem ser simples e passageiras como conversar com outra pessoa, preparar o prato favorito, praticar algum esporte, ir ao teatro, assistir o nascer do sol até outras mais complexas e demoradas como fazer um curso superior, ou pós-graduação, envolver-se em ações caritativas, empreender um novo projeto, construir e manter uma família, inter alia.

No entanto, apesar da multiplicidade de opções que, quotidianamente, se apresentam na mente de cada indivíduo, existe uma senda que é universalmente partilhada por todos os seres humanos e que é a busca pela felicidade, pela alegria, pelo contentamento e, como consequência, alguns pensam que tal estado será alcançado por meios externos, ou seja, pela aquisição de um imóvel, um automóvel, ou dinheiro, um(a) companheiro(a), outro trabalho, ou escutando música, viajando, etc. Ademais, apesar da variabilidade das metas externas, no que tange à percepção interna da caminhada, todos buscam, por meio da felicidade, encontrar em suas essências sentimentos de paz, de conforto e de satisfação.

Por outro lado, além da busca pela alegria, existe outro objetivo que é pertinente a todas as pessoas e que, muito embora seja conscientemente pouco comentado, ele é tão vigoroso e intenso quanto o contentamento. Tal ponto de referência é o desejo de livrar-se da tristeza, da dor ou de coisas desprazíveis, ou seja, as pessoas simultaneamente esforçam-se para ter uma vida pautada por momentos aprazíveis e desprovidos de desprazeres, isto é, possuir alegrias permanentes e constantes sem a interrupção de nenhuma tristeza.

Então, se o fato de que todas as pessoas se empenham para estar constantemente aliados à alegria é uma veracidade irrefutável, é de vital importância que a mesma seja analisada e, se possível, entendida, pois em tal processo residem as bases da assimilação cognitiva que pode tornar o quotidiano humano uma senda mais próspera, consciente e evolutiva.

Assim sendo, é imperativo questionar sobre o quando uma pessoa deseja estar feliz, seria nalgum horário específico? Entre as 8hs e 9hs da manhã, por exemplo? ou pela tarde? Ou, por outro lado, tal sentimento estaria conectado a algum lugar específico, ou seja, o indivíduo gostaria de sentir-se feliz em casa? ou nalgum outro sítio fora do lar? Ou, quem sabe, tal sentimento deveria estar conectado à presença de alguém? Ou pela ausência?

Mas todos sabem que a resposta a tais questionamentos é unânime, isto é, todas as pessoas gostariam de sentirem-se contentes o tempo todo independentemente de lugar, momento, situação ou interação e que, além disso, tal incessante sensação seja desprovida de indesejáveis subseqüentes momentos.

Entretanto, apesar das pessoas labutarem continuamente para alcançar tão sonhado status, suas vidas parecem vagar por uma senda onde existem extensos e intensos momentos de tristezas, necessidades, carências e desejos que são, momentaneamente, preenchidos por curtas, efêmeras e também veementes satisfações que servem de estímulo para seguir adiante na jornada enquanto, no âmago do inconsciente, elas continuam intentando encontrar a tão ardentemente desejada alegria que seja perene, doce e interminável.

Ademais, é importante estar ciente de que a maioria da humanidade passa toda uma existência sem realmente dar-se conta de quão veraz, absurdo e inaceitável é tal ciclo e, como consequência, lutam durante toda a caminhada inconscientes de tal nefasta premissa. No entanto, existem algumas interrogativas mentes que inquirem sobre tal fato e, como consequência, abrem o pensamento para a possibilidade de que, talvez, o diagnóstico referente a tal análise esteja errado, ou seja, se o método de observação é inadequado, o resultado obtido, impreterivelmente, será errôneo, independentemente do quanto se repita o mesmo processo.

Então, com o intuito de auxiliar o processo de elucidação, suponha que você esteja aquecendo água utilizando uma chaleira. Quanto mais intenso for o fogo, mais ele aquece a chaleira que, por consequência, aquece a água até o momento em que a mesma entre em estado de ebulição. Agora, uma pequena observação em todo o processo, como a água aqueceu? Por estar em contato com a chaleira que foi aquecida pelo fogo. Como a chaleira aqueceu? Por estar em contato direto com o fogo. Como o fogo aqueceu? Por estar em contato com a chaleira? Ou com a água? Não.

Por que não? Porque todos sabem que o calor é a natureza do fogo, assim como a natureza do gelo é fria, ou seja, o calor é um atributo intrínseco do fogo que, por transferir seu atributo à chaleira aqueceu-a, isto é, o calor obtido pela chaleira é um atributo incidental recebido pela natureza do fogo.

Com base nisto, é possível inferir que a natureza intrínseca do fogo é independente de qualquer outra existência, ou seja, o fogo sempre emanará calor, seja pela manhã, tarde ou noite, seja no Brasil, Finlândia, México ou Índia, seja no inverno ou no verão, mesmo que as pessoas gostem ou não, enquanto que a natureza incidental da chaleira-água a torna uma dependente da existência do fogo para que o aquecimento aconteça. Destarte, tudo aquilo que for de natureza intrínseca será independente e permanente porque não necessita de outros objetos para sua manifestação, enquanto que, tudo aquilo que possuir uma natureza incidental é dependente e, consequentemente, impermanente porque necessita da presença de outro objeto para reagir.

Assim sendo, sempre e quando a alegria possuir um caráter incidental, ela só acontecerá na presença de certos objetos que, no quotidiano, possui forma de posses, relacionamentos, interações, sensações, situações e experiências e que na ausência dos desejados objetos, ou pessoas, a alegria inexistirá, ou seja, o indivíduo, neste caso, transfere a responsabilidade por sua felicidade para alguma coisa ou para outrem enquanto ele luta para manter, independentes e incontroláveis fatores, dentro de seu círculo de atuação.

Por outro lado, quando uma pessoa conseguir assimilar a indelével realidade de que a alegria é uma qualidade intrínseca a sua própria natureza, ou seja, a felicidade é um atributo inato ao ser humano, ela estará amplamente assumindo a responsabilidade pelo contentamento que permeia sua essência em cada momento e, como consequência, independentemente das relações, situações ou experiência externas, tal ser humano estará sempre consciente de que toda a permanência de seu estado de humor reside em sua própria volição.

Assim sendo, tal indivíduo assimila um poder cognitivo que o torna arquiteto de sua própria capacidade emotiva e, como consequência, o mesmo encontra um espaço de serenidade, leveza e vigor que o auxilia a perceber toda a senda de uma existência como uma fascinante jornada que é brindada a cada ser humano para que o mesmo remova os desconhecimentos sobre sua essência, atinja os objetivos sociais e materiais que o mesmo almeja e contribua amplamente para o processo de melhoramento, refinamento e sustentabilidade da vida no planeta.

Desta maneira, que cada indivíduo tenha a coragem, a perseverança e o amor para entender e viver a natureza intrínseca que a alegria possui em sua essência e que, como consequência, ele também possua sensibilidade, compaixão e caridade para deixá-la manifestar-se plenamente com o intuito de tornar sua própria caminhada uma senda de aprendizado, felicidade e compartilhamento enquanto tal pessoa brinda ao mundo um ser humano mais doce, consciente e inspirador.

Retirado de www.tadany.com com a permissão do autor. Tadany Cargnin dos Santos é, acima de tudo, um sonhador que acredita na verdadeira concretização dos desejos, na fraternidade humana, na infinita capacidade que os seres possuem de amar. Ademais, Tadany é executivo e consultor internacional na área de energias renováveis, escritor, poeta, investidor, palestrante em temas como negócios internacionais, tendências futuras, energias renováveis, oportunidades, riscos, financiamento e Estruturação de Projetos de infra-estrutura intensiva de capital, desenvolvimento, financiamento e construção de projetos de energias renováveis, diferenças culturais em negócios e motivações para a vida. Imagem de topo da autoria de Oliver Hammond usada sob licença Creative Commons.

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