Sarasvati Mantra - Glória Arieira
No final do retiro de Vedanta do último final de semana, a professora Glória Arieira distribui entre todos os participantes um panfleto muito bonito criado para a celebração dos 25 anos do Vidya Mandir - Centro de Estudos de Vedanta e Sânscrito - com a imagem de Sarasvati na frente e dois mantras (cânticos) de reverência a Ela.
Sarasvati é considerada a Deusa do Conhecimento e das Artes na Índia, daí que nas suas mãos Ela ostenta um livro (representando o Veda) e uma rudra veena (para além de um cordão chamado mAlA), sendo que é Ela quem conduz ao Conhecimento (de si-mesmo) e inspira os artistas.
A Seus pés encontra-se um lótus (outro símbolo do Conhecimento), e, normalmente, Ela encontra-se rodeada de cisnes (hamsa em Sânscrito) que simbolizam o poder discriminativo entre o real e o não-real (sat e asat), eterno e o perecível (nitya anitya vastu viveka) e o ser e o não-ser (atman e anatman), pois é dito que o cisne é o único ser capaz de extrair apenas o leite numa mistura de água e leite - tal é o seu poder de discriminação.
Na tradução e comentário de Swami Dayanada do ViShnusahasranAma, uma das mais populares orações de louvor a Ishvara onde se cantam os seus mil nomes, Hamsa (cisne) é um desses nomes (OM HamsAya namah): "Hamsah ganha o sentido de 'aquele que destrói o medo do samsAra'. Hamsah não é mais a ave mitológica mas 'hanti iti hamsah' - aquele que destrói. ParAtmA é Hamsa, que destrói o medo de samsAra, quando Ele é entendido como 'aham sah - Eu e Ele somos um.' O conhecimento e a graça do ilimitado ParamAtmA destruirão o aprisionamento do samsAra. Sarva-sharIreShu hanti - Ele move-se em todos os corpos daí que ele é chamado Hamsa. A KathopaniShad diz, 'hamsah suciShad - como o sol que se movimenta Ele habita no lugar limpo do céu" (2.2.2).'
Tendo isto em mente, a professora Glória Arieira vocalizou para nós um dos mantras utilizados no verso do panfleto e que fazem reverência a Sarasvati, utilizando várias vezes o termo hamsa:
om hamsa hamsAya vidmahe paramahamsAya dhImahi |
tanno hamsah pracodayAt | |
Para alcançar o conhecimento de Sarasvati, eu medito Naquela que é a discriminação e a sabedoria. Que Ela, que é o próprio conhecimento, nos ilumine.
Para escutar o mantra clique no link abaixo:
Gloria Arieira é a Diretora Presidente do Vidya Mandir. Em janeiro de 1974 foi para a Índia estudar com Swami Dayananda, que tornou-se seu mestre. Com ele estudou até julho de 1978, retornando então ao Brasil. Além de permanecer no Ashram Sandeepani Sadhanalaya, um local de estudo e vivência com o mestre, em Mumbai, também estudou em outros ashrams em Uttarkashi e Rishikesh, norte da Índia. Viajou também para lugares nas várias regiões da Índia, para participar de cursos, palestras e visitas a lugares sagrados, como os templos de Tamil Nadu e Kerala, conhecendo melhor a tradição cultural e religiosa dos Vedas. Desde seu retorno, vem ensinando Vedanta e Sâsncrito no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil e também em Buenos Aires, Argentina. Dedica-se também ao trabalho de tradução para o Português dos textos em Sânscrito, como a Bhagavadgita, Upanishads e vários outros. É responsável pela publicação em português dos livros de Swami Dayananda, editados pela Vidyamandir Editorial, e de dois outros livros: Orações Milenares e Puja - a realização de um ritual védico. Imagem de topo retirada de www.sss.vn.ua. Mais informações sobre Sarasvati em português aqui.
Sarasvati é considerada a Deusa do Conhecimento e das Artes na Índia, daí que nas suas mãos Ela ostenta um livro (representando o Veda) e uma rudra veena (para além de um cordão chamado mAlA), sendo que é Ela quem conduz ao Conhecimento (de si-mesmo) e inspira os artistas.
A Seus pés encontra-se um lótus (outro símbolo do Conhecimento), e, normalmente, Ela encontra-se rodeada de cisnes (hamsa em Sânscrito) que simbolizam o poder discriminativo entre o real e o não-real (sat e asat), eterno e o perecível (nitya anitya vastu viveka) e o ser e o não-ser (atman e anatman), pois é dito que o cisne é o único ser capaz de extrair apenas o leite numa mistura de água e leite - tal é o seu poder de discriminação.
Na tradução e comentário de Swami Dayanada do ViShnusahasranAma, uma das mais populares orações de louvor a Ishvara onde se cantam os seus mil nomes, Hamsa (cisne) é um desses nomes (OM HamsAya namah): "Hamsah ganha o sentido de 'aquele que destrói o medo do samsAra'. Hamsah não é mais a ave mitológica mas 'hanti iti hamsah' - aquele que destrói. ParAtmA é Hamsa, que destrói o medo de samsAra, quando Ele é entendido como 'aham sah - Eu e Ele somos um.' O conhecimento e a graça do ilimitado ParamAtmA destruirão o aprisionamento do samsAra. Sarva-sharIreShu hanti - Ele move-se em todos os corpos daí que ele é chamado Hamsa. A KathopaniShad diz, 'hamsah suciShad - como o sol que se movimenta Ele habita no lugar limpo do céu" (2.2.2).'
Tendo isto em mente, a professora Glória Arieira vocalizou para nós um dos mantras utilizados no verso do panfleto e que fazem reverência a Sarasvati, utilizando várias vezes o termo hamsa:
om hamsa hamsAya vidmahe paramahamsAya dhImahi |
tanno hamsah pracodayAt | |
Para alcançar o conhecimento de Sarasvati, eu medito Naquela que é a discriminação e a sabedoria. Que Ela, que é o próprio conhecimento, nos ilumine.
Para escutar o mantra clique no link abaixo:
Gloria Arieira é a Diretora Presidente do Vidya Mandir. Em janeiro de 1974 foi para a Índia estudar com Swami Dayananda, que tornou-se seu mestre. Com ele estudou até julho de 1978, retornando então ao Brasil. Além de permanecer no Ashram Sandeepani Sadhanalaya, um local de estudo e vivência com o mestre, em Mumbai, também estudou em outros ashrams em Uttarkashi e Rishikesh, norte da Índia. Viajou também para lugares nas várias regiões da Índia, para participar de cursos, palestras e visitas a lugares sagrados, como os templos de Tamil Nadu e Kerala, conhecendo melhor a tradição cultural e religiosa dos Vedas. Desde seu retorno, vem ensinando Vedanta e Sâsncrito no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil e também em Buenos Aires, Argentina. Dedica-se também ao trabalho de tradução para o Português dos textos em Sânscrito, como a Bhagavadgita, Upanishads e vários outros. É responsável pela publicação em português dos livros de Swami Dayananda, editados pela Vidyamandir Editorial, e de dois outros livros: Orações Milenares e Puja - a realização de um ritual védico. Imagem de topo retirada de www.sss.vn.ua. Mais informações sobre Sarasvati em português aqui.
