Boletim 73 - Maio 2019

Este mês, promovemos o RETIRO DE YOGA e a FORMAÇÃO EM YOGA. Na imagem: Radha e Krishna, arquétipo do Amor perfeito, o equilíbrio das polaridades, o complemento divino entre Masculino e Feminino. Namaste!​

O AMOR NA TRADIÇÃO VÉDICA - PAULO NASCIMENTO
A tradição védica de conhecimento, baseada na extensa literatura védica, é das tradições mais antigas de conhecimento do mundo. Ainda que preservada na Índia por muito tempo, essa sabedoria tradicional quase se perdeu nos últimos séculos, em parte devido às invasões estrangeiras na Índia. A tradição védica contém informação detalhada de amplos e diversificados temas: - Desde a astronomia à música, da arquitetura à saúde, da administração à economia. No entanto, tudo centra-se e tem a sua base no conhecimento da consciência, incluindo as tecnologias da consciência e a evolução a estados superiores de consciência (iluminação espiritual). A tradição védica é uma ciência da consciência completa, que foi verificada objetivamente e comprovada cientificamente. A Ciência Védica considera que a consciência é bem mais que um subproduto da atividade cerebral. Em vez disso, a mente individual é descrita como uma flutuação aparentemente localizada em um campo de consciência, subjacente e ilimitado. Da mesma forma que uma onda quando se assenta ganha o “status” de oceano, assim também, a mente humana individual quando se assenta no seu estado de mínima excitação e virtude máxima, ganha o “status” de unificada, á inteligência infinita que está na base do universo.

Amor é muitas vezes confundido com afeição, paixão, compaixão, misericórdia, atração, desejo, libido, sexo, e embora todos eles sejam demonstrações de amor, o conceito mais popularmente conhecido é a formação de um vínculo emocional com alguém, capaz de receber e estimular este comportamento amoroso, enviando assim os estímulos sensoriais e psicológicos necessários, para a sua manutenção e motivação. É tido por muitos como a maior conquista do ser. Falamos muito de diversas formas de amor, amor físico, platónico, amor maternal, amor pela vida, mas o problema reside exatamente em se falar e na sua diversidade de termos e significados que encontramos, que nos afasta cada vez mais da unidade, do sabor original do que é o amor. O amor para ocorrer não precisa necessariamente de ser permitido, como aquela célebre frase; -“Porque me amas? – Porque tu o me permitiste...” Podemos amar alguém sem a sua permissão, mas aquilo que realmente necessitamos no amor é de reciprocidade, de empatia, de cumplicidade, de amizade sincera, de honestidade, de lealdade, de honra, de integridade, de liberdade, que desta forma permite a ambos os intervenientes (homem e mulher), aprofundarem e alargarem as relações de afetividade entre si. Existe um laço natural não só afetivo, mas físico e mental também, pois admirar alguém é amar com o cérebro, surge uma plenitude em ambos que dura não dias, meses, anos, e para quem sente acredita desta forma, vidas após vidas. O amor pode se entender de variadas formas, de uma forma física ou espiritual, embora na minha modesta opinião, o físico nunca pode ser desassociado do espiritual e vice-versa, dado que estamos “condenados” a ter uma natureza original espiritual, imutável, mas a nossa experiência se dá maioritariamente no plano físico; logo o amor no seu todo, tem que ser experimentado nas suas duas vertentes. A vertente física engloba o sentimento, abstrato e sem forma, sem cor ou sabor, sem textura, engloba ao mesmo tempo a reação química interna das quais são responsáveis três neurotransmissores, a saber: a dopamina, a norepinefrina e a serotonina, todos produzidos por áreas ligadas ao sistema de recompensa e prazer do cérebro. As mãos tremem e o coração e a respiração aceleram quando o ser amado está por perto? - Não acusem falsamente então o cupido. Estão em ação a dopamina e a norepinefrina, substâncias que levam à alegria excessiva, à falta de sono e o sentimento de que o/a amado/a é único/a, e de que é quase impossível compará-lo/a com alguém. Já aquela compulsão e obsessão pelo/a parceiro/a são causadas por baixos níveis de serotonina. Amor então é físico/químico, é espiritual e é também "kármico", pois quando duas pessoas se encontram não é apenas por coincidência, mas porque existe "Punya" (virtudes, créditos) e "Papa" (pecados, débitos) entre ambos, e com esta referência faço a passagem para o amor na tradição védica, na qual iremos então analisar a Katha Upanishad. Leia o resto do artigo no blog.

AGENDA
- 8 a 10 de Junho: Retiro de Yoga, Carrazedo de Montenegro, Valpaços, com Edna Mendes e Gustavo Cunha;
- 1 a 15 de Agosto: Formação em Yoga - Módulo I, 100h, Turma Shanti;
- 17 a 31 Agosto: Formação em Yoga - Módulo I, 100h, Turma Prema.

CURSOS E EVENTOS
O RETIRO DE YOGA, na Quinta do Malhó, em Carrazedo de Montenegro, Valpaços, Trás-os-Montes, volta nove anos depois para a sua 2ª edição. Em boa companhia, procuramos alinhar pensamento e sentimento, sabedoria e compaixão, palavra e silêncio. Usaremos técnicas milenares de Yoga, como Shanka Prakshalana, Shat karmas, entre outras e meditação para acolher inspirar. Com Edna Mendes e Gustavo Cunha. Inscrição: adm@yogavaidika.com ou pelo telefone 912900200.

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM YOGA inspira-se numa máxima de Platão: "Educar a mente sem educar o coração não é educação." Associamos aulas de Yoga ao bem-estar. Esse bem-estar que procuramos está ligado à ordem que pretendemos nos seja própria, que brota do interior, e que faz parte da vida. Na sala de prática, pretendemos partilhar esta observação acerca do que é esse interior e capacitar os formandos para lecionar aulas de Yoga. Serão, igualmente, ensinadas as bases da Medicina Tradicional Indiana (Ayurveda), Meditação/Mindfulness, o Yoga Para Crianças e o Yoga Para Grávidas. Inscrição: adm@yogavaidika.com ou pelo telefone 912900200.

​PARCEIROS E AFINIDADES
O Centro VAIDIKA recomenda e aconselha os seguintes centros, associações ou entidades pelo seu inestimável trabalho:
- AIM for Seva
- Acreditar
- Aldeias de Crianças SOS

VER, OUVIR E SABER
- Éric Baret, O Que é Tantra? (em Inglês)
- Deva Premal, Buddham Sharanam (em Sânscrito)
- Kerala, Teyyam (em Francês)

MEDITAÇÃO
"Quem acreditou
No amor, no sorriso e na flor
Então sonhou, sonhou
E perdeu a paz
O amor, o sorriso e a flor
Se transformam depressa demais
Quem no coração
Abrigou a tristeza de ver
Tudo isso se perder
E na solidão
Procurou o caminho e seguiu
Já descrente de um dia feliz
Quem chorou, chorou
E tanto que o seu pranto já secou
Quem depois voltou
Ao amor, ao sorriso e à flor
Então tudo encontrou
Pois a própria dor
Revelou o caminho do amor
E a tristeza acabou"

"Meditação", por Caetano Veloso


Tudo de bom,
Centro VAIDIKA

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