Concerto Vocal Clássico: Khayal - Mukul Goel

Na música indiana contemporânea vocal, a apresentação de uma raga é classificada como “clássica” apenas quando o estilo selecionado é khayal ou dhrupad, já que, estas duas abordagens expõe a minúcia da raga e do ritmo. Destes dois estilos de música vocal, khayal, que significa “imaginação”, é mais comum; este é o estilo que você com certeza irá encontrar num concerto de música clássica. Pode contar em ouvir os seguintes componentes numa típica apresentação de uma hora de uma raga:

Alaap (aproximadamente 5-10m)
Ao invés de apresentar de forma explícita aroh, avroh e pakad da raga, o (a) proficiente vocalista inicia o concerto com uns longos minutos de improvisação das notas musicais da raga, criando a atmosfera da raga para a audiência e músico. Para além das características básicas da raga, sequências permissíveis, e a frequência correta de cada nota usada, este “uso apropriado” das notas inclui ornamentações através de meend, andolan, gamak e alankars que são recomendadas para a raga. Embora as notas possam ser cantadas como sargam, vocalistas preferem akaar, sendo todas as notas pronunciadas através da sílaba “ah”.

Vilambit (lento) Khayal (30-40m)
Na terminologia popular, isto é chamado de “badakhayal ou “grande” khayal não apenas porque tem uma letra prolongada, mas, provavelmente, porque demora bastante para terminar (literalmente, o tempo lento da música consegue adormecer qualquer um exceto o admirador da raga). A letra, não mais que umas linhas formando sthayi e antara, têm um tema romântico ou devocional e são apenas uma base na qual as notas musicais da raga, na forma de alaaps e taans, são tecidos (taan é uma sequência rápida de notas ascendentes e descendentes, geralmente, num tempo relativo de 2, 4, 8 ou 16 vezes o tempo base).
Devido ao andamento lento do khayal, a primeira batida (sam) do ciclo rítmico pode não surgir novamente durante mais de um minuto. Todo este tempo é preenchido com improvisação, incluindo alaap-taan e repetições de uma palavra (ou frase) da canção com ligeiras variações das notas e velocidade. Assim que o músico atinge a principal sam da composição, outro ciclo de improvisação inicia. Vilambit khayal é geralmente apresentado em ektaal (12 batidas ou versão 48 batidas); outros ciclos rítmicos escolhidos incluem teentaal, tilwada (16 batidas) e jhoomra (14 batidas).

Drut (rápido) Khayal (10m)
Esta “imaginação” acelerada precede vilambit. As sequências de notas improvisadas são mais rápidas e os alaaps são menores, já que, as complexidades da raga já foram reveladas na versão vilambit e composição melódica torna-se o ponto alto de uma apresentação drut khayal. Como o ritmo e a letra nesta velocidade são fáceis de acompanhar, podem ser vistas mais pessoas a abanarem a cabeça durante drut khayal, e, este khayal torna-se um entretenimento para a audiência. Ciclos rítmicos populares para este estilo vocal incluem teentaal, ektaal e jhaptaal.

Tarana ou Bhajan (5-10m)
Muitas vezes após drut khayal segue-se tarana ou bhajan. Tarana, geralmente a composição mais veloz num concerto vocal, é composta por sílabas independentes de linguagem para que o foco possa permanecer unicamente nas notas e nas variações rítmicas. Sílabas da tabla ou pakhawaj podem também ser misturadas como “letras” à tarana. De novo, são na maioria cantadas em teentaal, ektaal e jhaptaal (enquanto que composições tarana lentas também existam, não são guardadas para a parte final do concerto).
Bhajan (canção devocional) é normalmente classificada como uma composição de “música ligeira”, pois o foco é mais no sentimento espiritual do que na apresentação da raga. A letra é frequentemente escolhida a partir dos escritos de santos. A maior parte dos bhajans são compostos em keharwa (bhajani), dadra, roopak e teentaal.

Retirado de Vedic Echoes: Indian Classical Music Articles and lessons in Hindustani Music e traduzido por Gustavo Cunha para www.yogavaidika.com com a permissão do autor (Mukul S. Goel). Imagem de topo retirada de www.sss.vn.ua.

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