Festividades Hindus em Janeiro

Makara Sankranti, ou Pongal para os habitantes do estado de Tamil Nadi na Índia, Lohri no Punjab e Kicheri em Uttar Pradesh, celebra-se, geralmente, a 14 de Janeiro sendo a comemoração das colheitas e uma das mais importantes festividades do calendário Hindu.

Marca o início da ascensão do Sol no hemisfério Norte, por um período de seis meses, altura em que os dias se tornam mais longos e que é considerada especialmente auspiciosa para os estudantes espirituais, pois, é como se o aspirante se elevasse junto com a corrente em direção ao Supremo (Brahman). Na astrologia védica, Jyotiṣa, é o início da entrada do Sol em Makara (Constelação de Capricórnio), daí o nome "Makara Sankranti", movimento em Makara. Por ser início do mês, são também feitas oblações e rituais em memória dos antepassados. O Sol, símbolo do conhecimento, sabedoria e luz espiritual ascende agora para fazer brilhar os seus raios luminosos e brilhantes no buscador para uma vida com mais energia e esclarecimento.

No estado de Gujarāt e Mahārāṣṭra são lançados, por todo o lado, coloridos papagaios de papel. No Punjab são acessas enormes fogueiras na véspera de Sankrati, pois Decembro e Janeiro são os meses mais frios do ano. Nas fogueiras são lançados doces, canas-de-açucar e arroz simbolizando prosperidade e os amigos e familiares reúnem-se nesta ocasião. Em Uttar Pradeś é considerado especialmente importante banhar-se nos rios sagrados neste dia e, assim, as pessoas reúnem-se na junção dos rios Gaṅgā, Yamunā e Sarasvatī em Prayagraj.

No Sul da Índia, Pongal, a festividade das colheitas, dura quatro dias. No chão das casas são desenhados kolam com farinha de arroz branca ou colorida. No primeiro, para além de se descartarem as roupas velhas no fogo, vestem-se roupas novas, as casas limpas e lavadas, simbolicamente marcando a renovação. O aspirante espiritual não se fica pela limpeza exterior mas concentra-se, principalmente, na limpeza interna da mente, removendo hábitos e sentimentos impróprios tomando uma firme resolução de se manter no caminho da verdade, amor e pureza. No segundo dia, reverencia-se o Sol e a natureza. Assim, ao nascer do dia, é ofertado arroz cozido em leite, açúcar mascavado, açúcar castanho, nozes de cajú e uvas passas que posteriormente é ofertado aos convidados. É costume também cozinharem-se doces e salgados como vadai, murukku e payasam. No terceiro o gado é reunido para um banho e é ornamentado com flores e campaínhas, como retribuição pelo ajuda no trabalho no campo. No quarto dia, visita-se a família e amigos e agradece-se pela ajuda no campo.

Vasanta Pañcamī significa "a estação da Primavera". É celebrado anualmente no quinto dia (Pañcamī) do mês Hindu Māgha, o primeiro dia da Primavera. Reverencia-se Sarasvatī, deusa do conhecimento, da música e das artes. É considerada a melhor altura para se iniciar os estudos, e as crianças aprendem as primeiras palavras nas escolas. As pessoas vestem roupas amarelas e até mesmo a comida é colorida de amarelo com açafrão, uma cor auspiciosa que simboliza espiritualidade, pois, representa o amadurecimento das culturas da Primavera.

Em Bengala, este dia é chamado de Sarasvatī Pūjā, já que, se reverencia a deusa Sarasvatī. Uma imagem da deusa é levada em procissão e imersa nas águas do sagrado rio Ganges. Igualmente, cadernos escolares, lápis e canetas são colocadas junto à imagem de Sarasvatī nos altares para obtenção da Sua graça, sendo depois usada pelos estudantes.

Mantra para Sarasvatī:

Yā kundendu tuṣārahāradhavalā Yā śubhravastravṛtā
Yā viṇāvaradaṇḍamaṇḍitakarā Yā śvetapadmāsanā |
Yā Brahmācyutaśaṅkara prabhṛtibhirdevaiḥ sadā pujitā
Sā mām pātu Sarasvatī Bhagavatī niśśeṣa jāḍyāpahā ||



Por favor, proteja-me Sarasvatī, eliminando a minha ignorância e confusão. Com uma mão, você faz o gesto de benção, com a outra segura um instrumento musical. Vestida de branco e sentada num lótus igualmente branco, você é adorada por todos, bela como a pérola, a neve, a lua e o fragrante jasmim. [1]


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Bibliografia:
Svāmi Śivānanda, "Hindu Fasts & Festivals", The Divine Life Society, Tehri-Garhwal, Índia. ISBN 81-7052-039-8.

[1] Cantado por Anabella Magalhães. Tradução de Glória Arieira.

Escrito por Gustavo Cunha, para Yoga Vaidika. Última revisão 14/01/2010. Imagem de topo propriedade de Himalayan Academy, usada sob licença Creative Commons.

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