Boletim 11 - abril 2013

Estamos em movimento, em mudança, o tempo todo. Mas aonde nos dirigimos incessantemente e de forma tão rápida? Talvez ao encontro de nós mesmos, ao próprio início da nossa jornada, ao descanso prazeroso do recomeço, quiçá... Namaste!​

​Fluir. Dançar. Voar.

Enquanto pensamos neste boletim, que tem por base a maravilhosa possibilidade do movimento das coisas no espaço e no tempo (ao mesmo tempo um intrigante mistério e uma benção) reparamos mais profundamente nisso: a oportunidade que temos em nos mexermos e ver os outros mexerem-se, deslocarem-se, viajarem e fluirem livremente.

Hoje, recebemos um email dum amigo que nos dizia ter chegado agora da Índia, depois de uns tempos de estudo de Yoga. Ainda à pouco, pela janela, víamos um pássaro voar para longe aproveitando a força do vento sob as suas asas. E, há uns dias atrás, elaboramos, com pormenor, o plano da caminhada Porto-Fátima (cerca de 200kms).

​DAS PROFUNDEZAS AOS CÉUS

Não estranhe esta reflexão sobre movimento, já que, este mês temos aqui no Centro Vaidika um workshop sobre Dança Indiana. E lembramos que, na visão tradicional indiana, este fluir, como o da Dança, está ligado a Sarasvati - a representação da Arte, Cultura, e Ciência. A própria Sabedoria é algo que flui em nós, que nos é dado, pois a capacidade de entendimento, de eloquência e de contemplação leva-nos a explorar, descobrir e inspirar este mundo (e o outro!).

Esta capacidade não parece ter sido distribuida forma igualitária. Uns movens-se me terra, outros na água ou no ar. Uns lentos, outros supersónicos. Uns bípedes, outros rastejantes. O engenho Humano fez-nos subir alto nos céus e também conquistar o continente azul. E, a cada instante, movemo-nos. Como Krishna diz a Arjuna na Bhagavad Gita "Ninguém pode estar inativo, nem por um instante".

Andamos, corremos e voamos. Disso não temos dúvidas. Mas, para onde é dirigido o nosso movimento, afinal de contas? Recordamos a fantástica conversa com nosso amigo Marcus, físico de profissão, espírita de coração e yoga de vocação, que nos falava da atração entre corpos celestes e da matéria escura, de buracos negros que tudo sugam ao seu redor e das nossas ligações à cosmogonia indiana, especialmente, o Todo Atrativo, apelido de Krishna, jovem de pele escura, um príncipe/vaqueiro, purificador dos seus pares na antiguidade indiana e um perfeito encantador ladrão dos corações da moças de Vrindavana.

DANÇA E MÚSICA

A Dança da Vida precisa de uma melodia com ritmo e cadência para fazer sentido. Nos seus passeios, Krishna toca uma flauta e os seus passos são seguidos por todos os animais e pessoas. O som da flauta, vibração, é pura energia em movimento. Na base dessas ondas de notas musicais está um oceano de consciência que tudo escuta e aprecia.

E CONCLUINDO...

Que possamos escutar palavras doces.
Que nos movimentemos de forma meiga.
Que ajudemos os outros a crescerem bem.

Que haja paz,
Gustavo e Elisabete

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